Meus erros se desenham em vias paralelas. Minhas besteiras comentam, falam de mim pelas perpendiculares, mas eu sei delas porque toda véspera de aniversário é assim! Me ponho a prestar atenção naquilo que no restante do ano deixo guardado. As vontades de inventar novos chãos engordam e começo a abrir caminhos sem saber da minha própria direção.
Envelhecer realça peculiaridades de um olhar que considera o passado no traçado de planos futuros. Se antes as estações me pareciam embaralhadas, agora já consigo perceber as nuances desse vento de outono que chama, de mansinho, o inverno. Embora não tenha escolhido uma vida com décimo terceiro, vez por outra é ela que me garante risos fáceis. Vez por outra, é ela que me furta o viço.
E sigo assim, vacilante entre as bobagens e as obrigações típicas desse mês de junho. Um pobre atormentado descobrindo seu jeito de envelhecer. Um pobre atormentado desenhando seu jeito de existir.
Foto: Wolney Fernandes
2 comentários:
gostei da interpretação que deu aos seus sentimentos, parabéns!
Invente, descubra, desenhe, um feliz aniversário!
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