A vida bem poderia ser mais simples. Seria possível deixar essa eterna inquietação das madrugadas e inaugurar de repente uma vida de acordar bem cedo?
Para instaurar uma vida mais simples e sábia, então seria preciso desenhá-la de outro jeito, não assim, nesse rabisco de pequenas pilhas de palavras, esse oficio absurdo e vão de dizer coisas. Talvez aprender, com ações, a cumprir os versos de Adélia Prado:
"Tudo que não fala, faz"
"Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é."
Fazer da mudança algo de sólido e singelo. Remover a barragem do rio e deixar a água correr, serena e mansa. Penso nisso, tirando um lápis do bolso para tomar nota. E paro apenas um instante... Para que tomar nota?
Não precisamos tomar nota de nada, precisamos apenas viver - sem notas, nem pressa, mas doces, distraídos, bons... como os pássaros, as mangueiras e o ribeirão.
Um comentário:
eu até assinaria embaixo, mas "paro apenas um instante... para que tomar nota?" :)
esse seu texto inspira paz...
um abraço!
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