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domingo, 1 de abril de 2012

[des]arrumações


Então, de repente, no meio dessa [des]arrumação feroz da vida urbana, dá na gente um sonho de simplicidade. Será um sonho vão? Detenho-me um instante, entre uma ou duas providências a tomar, para me fazer essa pergunta. Por que complicar? A pressa parece ser uma necessidade que inventei.

A vida bem poderia ser mais simples. Seria possível deixar essa eterna inquietação das madrugadas e inaugurar de repente uma vida de acordar bem cedo?

Para instaurar uma vida mais simples e sábia, então seria preciso desenhá-la de outro jeito, não assim, nesse rabisco de pequenas pilhas de palavras, esse oficio absurdo e vão de dizer coisas. Talvez aprender, com ações, a cumprir os versos de Adélia Prado:

"Tudo que não fala, faz"
"Cuida do essencial; o que brilha nos olhos é o que é."

Fazer da mudança algo de sólido e singelo. Remover a barragem do rio e deixar a água correr, serena e mansa. Penso nisso, tirando um lápis do bolso para tomar nota. E paro apenas um instante... Para que tomar nota?

Não precisamos tomar nota de nada, precisamos apenas viver - sem notas, nem pressa, mas doces, distraídos, bons... como os pássaros, as mangueiras e o ribeirão.

Um comentário:

Juliana Kalid disse...

eu até assinaria embaixo, mas "paro apenas um instante... para que tomar nota?" :)

esse seu texto inspira paz...
um abraço!