Entender a vida de uma pessoa (qualquer pessoa) é uma incógnita que incomoda e atiça a curiosidade da humanidade; ou pelo menos a minha!
Talvez essa curiosidade explique, em parte, minha predileção por livros de cartas e diários. Esse tipo de produção literária me comove e intriga tanto que outro dia que perguntei: Por que me afetam dessa forma? As respostas seriam variadas, abundantes e contraditórias entre si, mas o fato é que isso acontece.
Escritora compulsiva, Sylvia Plath jogava em seus cadernos todos os detalhes, pensamentos, considerações e ações pelas quais passava, desde os 13 anos até dias antes de morrer. De maneira enfática ela escreveu: “É impossível ‘capturar a vida’ se a gente não mantém diários.”
É possível dizer que nestas páginas estão contidas as chaves para se entender o desenvolvimento da vida? Talvez não. O que acontece é que quanto mais páginas escritas, quantos mais detalhes acumulados, quanto mais pensamentos assimilados, mais as incógnitas aumentam em ritmo, tamanho, profundidade e espacialidade possíveis em relação diretamente proporcional.
Me pergunto também se estes autores de cartas e diários - assim como eu, neste blog - não optaram por registrar em seus diários apenas as melhores partes daquilo que foram. Me parece certo que o indíviduo ao menos suspeitasse que seu diário seria lido por outras pessoas depois de sua morte.
O que deixar escrito sobre si para um provável leitor indefinido/aleatório do futuro? A minha resposta pode ser encontrada aqui, nestes instantes possíveis.
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