Um porta-retratos embrulhado em papel de seda. Uma reunião. Uma caixa com recortes. Um monte de papéis com cores e texturas variadas.
Duas, não, três camisas penduradas na porta do armário - uma jeans, uma xadrez e uma branca com bordados. E uma nota da mãe avisando que tem comida na geladeira.
Um DVD de um filme antigo sobre a cama, uma mensagem no celular, muitas imagens invisíveis, muito a fazer, um tanto de saudade, um outro tanto de inconstâncias diante do futuro. E assim os dias passam com aquele azul que eu vejo da janela.
Foto: Wolney Fernandes
sexta-feira, 20 de março de 2009
Poses
"As paredes amarelas estão cheias de retratos [...]
Todas essas poses, tão bonitas poses
Faz qualquer garoto sentir-se como se estivesse colhendo rosas"
Listas triviais
Uma amiga enviou-me o questionário abaixo. Achei que seria divertido entrar na brincadeira:
01. O que você estava fazendo há exatamente 10 anos atrás?
Trabalhando na paróquia, encantado com liturgias e peças de semana santa. Estudando para prestar vestibular no final do ano. Descobrindo o que era design gráfico, comprando CDs da Sarah Brigthman e de trilhas de filme.
02. Cinco lanchinhos que você gosta:
- Limonada suíça
- Bolinho de milho
- Chocolate
- Bolo de cenoura
- Biscoito de queijo
03. Cinco canções que você sabe a letra:
- I really want you - James Blunt
- Esquadros - Adriana Calcanhoto
- They live in you - Da trilha do Rei Leão na Broadway
- Turn me on - Norah Jones
- Eu só sei amar assim - Zizi Possi
04. Cinco coisas que faria se ficasse milionário:
- Faria uma viagem pro México e de lá para o mundo inteiro
- Compraria um Loft
- Faria uma sala de cinema particular
- Trocaria de carro
- Ajudaria algumas pessoas sem dizer que sou eu
05. Cinco maus hábitos:
- Perder a hora quando acordo
- Roer as unhas
- Ficar adiando o que tenho que fazer já
- Dar vazão às minhas inseguranças
- Demorar dias pra lavar meus calçados
06. Cinco coisas você gosta de fazer:
- Desenhar, pintar e colar
- Ir ao cinema
- Ler e escrever
- Ficar sem atender celular
- Organizar CDs, DVDs, livros...
07. Cinco brinquedos preferidos:
- iPod
- Lápis de cor
- Jogos de tabuleiro
- Internet
- O Wood do Toy Story
Imagem capturada em http://www.linatree.com/bienal39/
01. O que você estava fazendo há exatamente 10 anos atrás?
Trabalhando na paróquia, encantado com liturgias e peças de semana santa. Estudando para prestar vestibular no final do ano. Descobrindo o que era design gráfico, comprando CDs da Sarah Brigthman e de trilhas de filme.
02. Cinco lanchinhos que você gosta:
- Limonada suíça
- Bolinho de milho
- Chocolate
- Bolo de cenoura
- Biscoito de queijo
03. Cinco canções que você sabe a letra:
- I really want you - James Blunt
- Esquadros - Adriana Calcanhoto
- They live in you - Da trilha do Rei Leão na Broadway
- Turn me on - Norah Jones
- Eu só sei amar assim - Zizi Possi
04. Cinco coisas que faria se ficasse milionário:
- Faria uma viagem pro México e de lá para o mundo inteiro
- Compraria um Loft
- Faria uma sala de cinema particular
- Trocaria de carro
- Ajudaria algumas pessoas sem dizer que sou eu
05. Cinco maus hábitos:
- Perder a hora quando acordo
- Roer as unhas
- Ficar adiando o que tenho que fazer já
- Dar vazão às minhas inseguranças
- Demorar dias pra lavar meus calçados
06. Cinco coisas você gosta de fazer:
- Desenhar, pintar e colar
- Ir ao cinema
- Ler e escrever
- Ficar sem atender celular
- Organizar CDs, DVDs, livros...
07. Cinco brinquedos preferidos:
- iPod
- Lápis de cor
- Jogos de tabuleiro
- Internet
- O Wood do Toy Story
Imagem capturada em http://www.linatree.com/bienal39/
Vertigem
Falta de tempo para desenhar outras coisas, para desengavetar os planos de escrita que tenho guardado. Os dedos coçam , mas não consigo começar nem por um instante - tem tanta coisa para fazer que dá até medo.
É uma vertigem, essa história de fechar ciclos para abrir outros. Você se inclina na beira do abismo e espera que um vento lhe leve para longe, para o outro lado ou direto para baixo, para ver o que está lá lhe esperando.
Então, que o vento me carregue - mais alto, mais longe.
Imagem capturada em http://pt.trekearth.com/gallery/Europe/Portugal/South/Algarve/Cabo_Sardao/photo367199.htm
É uma vertigem, essa história de fechar ciclos para abrir outros. Você se inclina na beira do abismo e espera que um vento lhe leve para longe, para o outro lado ou direto para baixo, para ver o que está lá lhe esperando.
Então, que o vento me carregue - mais alto, mais longe.
Imagem capturada em http://pt.trekearth.com/gallery/Europe/Portugal/South/Algarve/Cabo_Sardao/photo367199.htm
domingo, 15 de março de 2009
Saudade de ver estrelas
Ando triste, pelos cantos, dormindo tarde e acordando mais tarde ainda. Passei a desligar o telefone para não ouvir sinal de vida lá fora. Depois de tantos dias de solidão, febre e envelhecimento, queria um gesto para restituir o homem que eu não encontro mais em mim.
Saudade de ver estrelas e até a ponta da lua da minha janela. Ando recolhendo restos de força pelos cantos da casa para refazer meu sorriso e meu olhar. E me permitir olhar não mais apenas para o passado, mas adiante.
Pareço voltar do ponto onde parti e daqui não percebo o entusiasmo que aplacaria tudo o que não coubesse num abraço longo e sôfrego. Como num golpe, as gigantes nuvens carregadas voltaram a espreitar meu desassossego. Mas guardo cada pequena delicadeza para que nelas sejam construídas minhas certezas. São elas que docemente me despertam a cada manhã.
Imagem: Wolney Fernandes
Saudade de ver estrelas e até a ponta da lua da minha janela. Ando recolhendo restos de força pelos cantos da casa para refazer meu sorriso e meu olhar. E me permitir olhar não mais apenas para o passado, mas adiante.
Pareço voltar do ponto onde parti e daqui não percebo o entusiasmo que aplacaria tudo o que não coubesse num abraço longo e sôfrego. Como num golpe, as gigantes nuvens carregadas voltaram a espreitar meu desassossego. Mas guardo cada pequena delicadeza para que nelas sejam construídas minhas certezas. São elas que docemente me despertam a cada manhã.
Imagem: Wolney Fernandes
Acaso
quinta-feira, 12 de março de 2009
quarta-feira, 11 de março de 2009
Pesadelos da madrugada
Pesadelos quadricularam minha madrugada e esquartejaram meu corpo cansado.
Preciso de tranquilidades!
Imagem: Wolney Fernandes
Preciso de tranquilidades!
Imagem: Wolney Fernandes
segunda-feira, 9 de março de 2009
Felicidades Inventadas
Quero ver todo mundo feliz. Invento felicidades e meu desejo, por consequência, é ser feliz no rastro dessa querência. Escrevo e esboço instantes de felicidade porque no meu mundo parece não haver lugar para a dor...
Parece.
Não sei conviver com dores. Sou fraco!
Vivo de fugacidades para que elas encondam o que realmente dói.
Transformo minhas dores em riso, mas em mim elas continuam a doer.
Muito.
Foto: Wolney Fernandes
Parece.
Não sei conviver com dores. Sou fraco!
Vivo de fugacidades para que elas encondam o que realmente dói.
Transformo minhas dores em riso, mas em mim elas continuam a doer.
Muito.
Foto: Wolney Fernandes
Fora do Eixo
01. Senegal fast food - Amadou & Mariam
02. Ringa Ringa - A. R. Rahman
03. It's so hard to come home - Kath Bloom
04. Rosas - La Oreja de Van Gogh
05. Piensa en mi - Chavela Vargas
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/index.php
02. Ringa Ringa - A. R. Rahman
03. It's so hard to come home - Kath Bloom
04. Rosas - La Oreja de Van Gogh
05. Piensa en mi - Chavela Vargas
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/index.php
Chega de Saudade
O Filme:
Chega de Saudade (Brasil, 2008)
Sinopse:
Vários personagens e suas histórias são mostrados e entrelaçados durante um baile da terceira idade.
Grande questão:
A vida pulsa em todos os lugares?
Detalhes preciosos:
1. Os movimentos da câmera que parecem nos colocar para dançar com as personagens;
2. As marcas do tempo que o elenco não esconde, mas exibe de forma bem verdadeira;
3. A seleção musical eclética e cheia de referências dos mais variados estilos.
Frase:
(que nesse caso, é um poema)
“Esse homem improvável com olhar de menino fez o meu corpo flutuar sem peso.
Senti uma felicidade sem passado nem futuro.
Teria beijado esse homem cujos olhos alegres me convidavam a voar.
Teria beijado se soubesse fazer escolhas, mas nem quando o mundo escolhe por mim e apaga as luzes acendendo o luar, nem nessa hora eu ouso escolher o que o meu coração palpita.”
Música:
Você não vale nada - Composião de Dorgival Danta
Cena que adoro:
São tantas que nem dá pra escolher. Clique aqui para ver várias delas no trailler do filme.
Chega de Saudade (Brasil, 2008)
Sinopse:
Vários personagens e suas histórias são mostrados e entrelaçados durante um baile da terceira idade.
Grande questão:
A vida pulsa em todos os lugares?
Detalhes preciosos:
1. Os movimentos da câmera que parecem nos colocar para dançar com as personagens;
2. As marcas do tempo que o elenco não esconde, mas exibe de forma bem verdadeira;
3. A seleção musical eclética e cheia de referências dos mais variados estilos.
Frase:
(que nesse caso, é um poema)
“Esse homem improvável com olhar de menino fez o meu corpo flutuar sem peso.
Senti uma felicidade sem passado nem futuro.
Teria beijado esse homem cujos olhos alegres me convidavam a voar.
Teria beijado se soubesse fazer escolhas, mas nem quando o mundo escolhe por mim e apaga as luzes acendendo o luar, nem nessa hora eu ouso escolher o que o meu coração palpita.”
Música:
Você não vale nada - Composião de Dorgival Danta
Cena que adoro:
São tantas que nem dá pra escolher. Clique aqui para ver várias delas no trailler do filme.
domingo, 8 de março de 2009
sábado, 7 de março de 2009
Retornos
Nenhum vaso com flor. Silêncio. Só idéias, cenas do cotidiano, pensamentos. Palcos por todo lado; infinidade de memórias ligam-se a eles. No papel tudo fica estático, mas minha imaginação vê movimento por ali. Transformo cenários em campos de dança ou puro teatro, algum dia, no futuro, como de certa forma já foram, no passado.
Apreendo as quase idéias, carregando comigo o mínimo delas, representadas em linhas soberanas. Tudo fácil de fazer, em qualquer restinho de papel. Desvendando as armadilhas da memória, o cotidiano que estiver soterrado em cada desenho me faz sentir menos afetado e vazio. E sigo assim, dias e madrugadas nesse exercício de voltar para mim mesmo.
"E ao final de nossas longas explorações chegaremos finalmente ao lugar de onde partimos e o conheceremos então pela primeira vez." (T.S. Eliot)
Imagem: Wolney Fernandes
Apreendo as quase idéias, carregando comigo o mínimo delas, representadas em linhas soberanas. Tudo fácil de fazer, em qualquer restinho de papel. Desvendando as armadilhas da memória, o cotidiano que estiver soterrado em cada desenho me faz sentir menos afetado e vazio. E sigo assim, dias e madrugadas nesse exercício de voltar para mim mesmo.
"E ao final de nossas longas explorações chegaremos finalmente ao lugar de onde partimos e o conheceremos então pela primeira vez." (T.S. Eliot)
Imagem: Wolney Fernandes
sexta-feira, 6 de março de 2009
segunda-feira, 2 de março de 2009
Complicado demais
Botticelli e Van Gogh em Coraline
The T-Mobile Dance
Em plena estação de metrô de Liverpool, em Londres, 400 bailarinos começam a dançar, ocupando toda a estação. O tema da campanha é “life’s for sharing” (a vida é para ser compartilhada). No mínimo, contagiante!
Verdades Emolduradas
As verdades emolduradas pelo livro "O Retrato de Dorian Gray" de Oscar Wilde:
- "Consciência e covardia são, na verdade, a mesma coisa";
- "A verdadeira beleza acaba onde principia a expressão inteligente";
- "A beleza não sofre constestação. Tem o direito divino da soberania";
- "Os eclesiásticos não pensam. Aos oitenta anos, o bispo continua dizendo as mesmas coisas que dizia aos dezoito";
- "Somos punidos pelo que enjeitamos. Todo impulso que nos empenhamos em sufocar incuba no nosso espírito e nos envenena. Peque o corpo uma vez, e estará livre do pecado, porque a ação tem um dom purificador";
- "É preferível não sermos diferentes do nosso próximo. O feio, o tolo têm neste mundo a melhor sorte. Se não chegam a provar o gosto da vitória, pelo menos lhes é poupado o ranço das derrotas";
- "A pontualidade é ladra de tempo";
- "Para voltarmos à mocidade, basta repetirmos nossas loucuras";
- "Há venenos tão sutis, que, para os conhecer, cumpre experimentá-los. Há males tão estranhos, que, para lhes entender a natureza, é preciso contraí-los";
- "Toda influência é imoral... porque influenciar uma pessoa é emprestar-lhe a nossa alma";
- "As pessoas filantrópicas perdem toda a noção de humanidade";
- "A experiência é meramente o nome que os homens dão aos seus equívocos. De regra, os moralistas a têm considerado uma espécie de orientadora, (...) louvaram-na como norma que nos ensina o que devemos seguir e o que nos convém evitar. Não há, no entanto, poder determinante na experiência";
- "Nada pode curar a alma, senão os sentidos";
- "Já falei demais por hoje. O que eu quero agora é olhar a vida".
Imagem capturada em http://d-for-dorian-gray.deviantart.com/art/Citazione-del-Mese-Giugno-93064859
- "Consciência e covardia são, na verdade, a mesma coisa";
- "A verdadeira beleza acaba onde principia a expressão inteligente";
- "A beleza não sofre constestação. Tem o direito divino da soberania";
- "Os eclesiásticos não pensam. Aos oitenta anos, o bispo continua dizendo as mesmas coisas que dizia aos dezoito";
- "Somos punidos pelo que enjeitamos. Todo impulso que nos empenhamos em sufocar incuba no nosso espírito e nos envenena. Peque o corpo uma vez, e estará livre do pecado, porque a ação tem um dom purificador";
- "É preferível não sermos diferentes do nosso próximo. O feio, o tolo têm neste mundo a melhor sorte. Se não chegam a provar o gosto da vitória, pelo menos lhes é poupado o ranço das derrotas";
- "A pontualidade é ladra de tempo";
- "Para voltarmos à mocidade, basta repetirmos nossas loucuras";
- "Há venenos tão sutis, que, para os conhecer, cumpre experimentá-los. Há males tão estranhos, que, para lhes entender a natureza, é preciso contraí-los";
- "Toda influência é imoral... porque influenciar uma pessoa é emprestar-lhe a nossa alma";
- "As pessoas filantrópicas perdem toda a noção de humanidade";
- "A experiência é meramente o nome que os homens dão aos seus equívocos. De regra, os moralistas a têm considerado uma espécie de orientadora, (...) louvaram-na como norma que nos ensina o que devemos seguir e o que nos convém evitar. Não há, no entanto, poder determinante na experiência";
- "Nada pode curar a alma, senão os sentidos";
- "Já falei demais por hoje. O que eu quero agora é olhar a vida".
Imagem capturada em http://d-for-dorian-gray.deviantart.com/art/Citazione-del-Mese-Giugno-93064859
Na Fila
Na fila, não necessariamente nesta mesma ordem:
- Angélica de Lygia Bojunga
- Cartas a um jovem poeta de Rainer Maria Rilke
- Minhas queridas de Clarice Lispector
- Frei Joe de Tony Hendra
- O sapo que queria ser príncipe de Rubem Alves
- A menina que roubava livros de Markus Zusak
- O velho que acordou menino de Rubem Alves
- Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa
- A Escada Espiral de Karen Armstrong
Foto: Wolney Fernandes
- Angélica de Lygia Bojunga
- Cartas a um jovem poeta de Rainer Maria Rilke
- Minhas queridas de Clarice Lispector
- Frei Joe de Tony Hendra
- O sapo que queria ser príncipe de Rubem Alves
- A menina que roubava livros de Markus Zusak
- O velho que acordou menino de Rubem Alves
- Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa
- A Escada Espiral de Karen Armstrong
Foto: Wolney Fernandes
Esconderijo do Vento
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