Querida Sofia,
há tempos não te escrevo. Pelo menos assim, desse modo despudorado e íntimo. São reflexos dos últimos dias de maio, oscilantes, doces e difíceis de viver.
Como te disse uma vez, vivo de presságios. As últimas semanas têm sido corridas, com muita coisa acontecendo. Mas ainda teimo em arranjar tempo de olhar pro céu. E o céu acaba nos contando tantas coisas. Ontem mesmo saí antes das sete da manhã de casa. Céu cinza, nuvens descuidadas, folhas que já começam a cair... Em dias assim vêm à cabeça pensamentos esquecidos. Vontade de retomar planos, juntar palavras de dentro e de fora, buscar simplicidade. Não temer as frases feitas nem os sentimentos desencontrados.
Já se permitiu desejos assim, Sofia? De voltar no tempo e aproveitar dele só as coisas boas? De adiantar o tempo e viver nele tudo que for realmente significativo? Olhar para o presente e lembrar de agradecer tudo: plenitude, serenidade, harmonia. Ando assim. Como esses trovões e relâmpagos do meio da tarde. Tentando colar todos os fragmentos e reunir minha história num único enredo: feliz, raro, meu de fato.
Beijos de sempre!
18 de Maio de 2008
Imagem capturada em http://www.sensuousbroom.com/?p=161
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