Não muito longe estavam os pensamentos daquele garoto indefeso, ingênuo, que tentava se proteger do mundo sendo o filho exemplar, o garoto estudioso, o amigo presente e o rapaz religioso.
Mas os pensamentos vinham, e na maioria das vezes era possível fugir deles. O lugar mais seguro, o esconderijo, talvez fosse o mais óbvio, onde eles não o procurariam e talvez o deixariam em paz por alguns momentos. O garoto se escondia dentro de si mesmo, tão próximos dos pensamentos que nem desconfiavam onde ele estava, mesmo procurando por ele incansavelmente.
E como os pensamentos eram sedutores, como eram belos e ao mesmo tempo perigosos, uma vez neles, o garoto não sabia onde poderia parar, o que poderia enfrentar, talvez o mais certo fosse sonhar. Sonhar para que o medo ficasse infinitamente menor e mais fraco do que o sentimento que um dia o libertaria.
Imagem: Wolney Fernandes
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