Olhei para o calendário ao lado do computador e inventei um conto trágico, sem palavras, todo bordado na minha imaginação. Que gosto amargo este novembro tem deixado em mim. Os dias longe do blog completam uma tentativa de assimilar toda esta realidade que de repente me tira o ar.
Sufocado, perco as forças. Eu que já não sou tão forte assim, esmaeço em cores cinzas. A alegria menina se perde em meio ao caos que tomou conta do lado de cá. Procuro certezas dentro do poço escuro, na esperança de também retirar dali as forças que me façam chegar ao final deste mês sem me culpar pelas escolhas que fiz ao longo destes 34 anos.
Amargo novembro das pausas, dos planos virados pelo avesso, do abismo que completa o intervalo entre meus pés e os horizontes vislumbrados. Amargo novembro em que as moendas páram o giro do engenho, em que a despedida desenhada pelos gestos da Pocahontas sai do desenho e vem abraçar meu coração.
Enquanto for novembro permaneço sem forças. Abro a boca e só ouço um grito mudo:
- Cessem os novembros! Tragam-me os dezembros de chuva mansa na janela para colorir meus recomeços.
Imagem: Calendário do Pequeno Príncipe
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