Nenhum vaso com flor. Silêncio. Só idéias, cenas do cotidiano, pensamentos. Palcos por todo lado; infinidade de memórias ligam-se a eles. No papel tudo fica estático, mas minha imaginação vê movimento por ali. Transformo cenários em campos de dança ou puro teatro, algum dia, no futuro, como de certa forma já foram, no passado.
Apreendo as quase idéias, carregando comigo o mínimo delas, representadas em linhas soberanas. Tudo fácil de fazer, em qualquer restinho de papel. Desvendando as armadilhas da memória, o cotidiano que estiver soterrado em cada desenho me faz sentir menos afetado e vazio. E sigo assim, dias e madrugadas nesse exercício de voltar para mim mesmo.
"E ao final de nossas longas explorações chegaremos finalmente ao lugar de onde partimos e o conheceremos então pela primeira vez." (T.S. Eliot)
Imagem: Wolney Fernandes
Nenhum comentário:
Postar um comentário