Os olhos ardem e o corpo dói. As outras dores só aparecem quando, em pausa bem curta, levanto da cadeira e deixo meu olhar serpentear por entre as luzes da cidade. Da janela, constato que nunca satisfeito fui. Por vezes volto às margens da insatisfação. Não há monotonia, mas também não há tempo para entusiasmos pueris.
Cato os passos miúdos de quem caminha na rua lá embaixo, enquanto os acordes da música me embebedam e contam de um segredo que não se guarda. Suspiro... É só aquela saudade incapaz e incompetente de quietudes.
Imagem: Wolney Fernandes
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