Em Café Müller, o enredo aberto me fez dançar simultaneamente, ora no palco, ora na platéia, pois me conduziu a cotidianos de verdades e fantasias. Por vezes, era eu no palco afastando as cadeiras para que a mulher sonâmbula se movesse no compasso da vida. Em outras ocasiões eram os movimentos da mulher cega que me impeliam a imaginar quais as cadeiras que me impedem de caminhar/sonhar.
Acaba o espetáculo, mas a pungência daqueles movimentos permanece em mim, feito a terra que gruda nos corpos suados dos/as dançarinos/as. Saio enlameado com as incertezas que me impelem a seguir adiante, mas nunca em linha reta, dançando em cotidianos espiralados de sentidos.
Imagem capturada em http://www.danceviewtimes.com/2008/03/dance-with-mean.html
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