"Olhar significa sentir o cheiro, tocar as diferentes texturas, perceber os gestos, as hesitações, os detalhes, apreender as outras expressões do que somos. [...] Olhar é um ato de silêncio.[...]
Olhar dá medo porque é risco. Se estivermos realmente decididos a enxergar não sabemos o que vamos ver. [...] Tudo o que somos de melhor é resultado do espanto. Como prescindir da possibilidade de se espantar? [...]
Tudo é um jeito de olhar. Você pode olhar para o infinito, como Carl Sagan, e descobrir que é feito da poeira de estrelas. E pode olhar para o chão e acreditar que é um cocô de cachorro. É o mesmo homem que tem diante de si o infinito e o chão. Mas é nessa decisão que cada um se define. Como olhar para você mesmo é uma escolha. Um exercício da liberdade, da autodeterminação, do livre-arbítrio. Seja generoso. Arrisque. Ouse. Olhe."
Trechos do ótimo livro "A vida que ninguém vê" de Eliane Brum.
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