Sem rabiscos e escritas nos últimos dias, tento multiplicações de mim mesmo. Sem fôlego, chego em casa e me perco em sono partido sem o descanso que meu peito, cabeça e corpo merecem.
Meus desassossegos não me abandonam porque minhas certezas nunca são estáticas. Penso nas responsabilidades e descubro que viver de verdade seria sofrer sem medos. Eu tento deixar o barco ir com qualquer vento, mas não consigo. Timoneiro de penteado arrumadinho, tento navegar para deixar meus cabelos desalinhados, mas minha vontade é estar ocupado com um filme bobo.
Maturidade é isso? Encarar que, na verdade, o mais difícil é se reinventar? Dói ter que sobreviver primeiro para só então, viver. Olho para minhas asas guardadas na gaveta e concluo que preciso de olhares frescos, daqueles que não envelhecem... daqueles que não esmaecem... apesar de tudo o que já viram.
Imagem: Wolney Fernandes
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