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segunda-feira, 17 de maio de 2010

Depois dos 35

Depois dos 35, olhar pra si mesmo faz abrir chagas mantidas em banho-maria.
Depois dos 35, o coração prefere a leveza da vida sem aquele desatino de sempre.
Depois dos 35, nem sempre a vida é tão leve como o coração prefere.
Depois dos 35, os instantes se mostram em sulcos, brancuras e pressões que o corpo evidencia.
Depois dos 35, partilhar a vida é caminho que se faz entre bordados e espinhos.
Depois dos 35, acordar é um exercício de abandono que evita que se durma para sempre em sonhos de outrora.

Foto: Wolney Fernandes

2 comentários:

Bloguinho da Zizi disse...

Ah rapaz, que saudade dos meus 35.
Acho que é quando começamos a ficar maduros, onde já temos a noção do que queremos realmente. Claro que as ilusões vão despencando e nosso ego fica ressentido em abrir mão de certos apegos. Mas aos poucos novos sonhos surgem e viver um dia de cada vez é o melhor a fazer.
Abraço

Martinho Mendes disse...

Estas são flores de Sumaúma, não é?