Vago em busca de salvação. Sei que ela se esconde, sorrateira, à sombra do belo, como bem disse Rubem Alves ao profanar o dogma da Igreja: "Fora da beleza não há salvação". Assim, quase sempre costuro meus dias com instantes de felicidade; destes bem fuleiros, pueris, de bolso... que começam em trilhas sonoras antigas, passam por imagens que inundam olhares, seguem pelas cores do pôr-do-sol e terminam nos dilemas de Jesse e Céline.
Vago ao encalço da salvação carregando no peito minha indiferença a sentimentos que eu mesmo cultivei um dia e, nestes descaminhos, sigo tocando a vida em dias errantes. No fundo, desconfio da inutilidade da minha busca. Pecador e profanador que sou, não conseguirei a salvação almejada.
Talvez eu me canse da busca, mas por hora, vale pelas fagulhas de beleza e pelo desassossego que me sacode em ímpetos de silêncio e fúria.
Foto: Wolney Fernandes
Um comentário:
como voçês dizem ' Améeiii!' hehe
Abraço de Portugal
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