Uma música fez a saudade do meu pai escorrer pelo meu rosto e depois plantou nostalgias em cada canto.
Ele reunia pequenos acordes para medir a alma boêmia que lhe dirigia os passos. Apesar de não ser tátil ou vísivel, seu canto era capaz de locomover sua própria existência.
Hoje, as cordas de aço estão surdas. No silêncio daquele canto não há mais modas de viola a desafinar. Está lá. E só se sabe saudade porque, mesmo ausente, ressoa memórias audíveis em traços e acordes de corpo inteiro.
Foto: Wolney Fernandes
Texto originalmente produzido para o blog Sentidos Simultâneos.
Um comentário:
Sinestesia, essa é a palavra. ;)
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