A Todo Instante por Marcos Vinícius Ramos
Saiu o semeador a semear...
Dentre uma variedade de sementes
visíveis e invisíveis por aí, qual semear?
Minhas mãos, acostumadas, pedem trigo ou algodão.
Trigo para os moinhos-dragões,
na luta por um existência diária;
mais um poente, outro nascente,
à espera de fartura, de pão.
Algodão para os teares da história,
com repassos e tramas tão sutis.
Fio a fio se faz uma vida,
sem paixão e com alma ferida.
Uma parte da semente caiu na beira da estrada...
Não mais as mesmas sementes.
Pois os pássaros ficaram famintos;
e os espinhos não sufocam ninguém.
Meu coração anseia por uma nova semente,
como teus olhos por uma nova imagem.
Semente nova,
imagem nova,
e uma história humana de sempre,
sem panos e sem pão.
Marcos Vinícius Ramos é poeta de natureza. Para mergulhos em versos de pura beleza, clique aqui.
Um comentário:
Guardarei este fato em um local semelhante ao que tu guardaste a colheita do orvalho.
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