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sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Vontades Introvertidas

Eu fui (e ainda sou) um rapaz calado. Adolescente com grandes olhos que percorriam terreiros, estradas, rodapés... e nunca os horizontes. Roupas engomadas, sem cor. Aquela forma de sentar com as mãos cruzadas sobre as pernas e costas arqueadas.

Aquele que se escondia na alegria dos desenhos riscados em troca de amizades de recreio. O garoto desengonçado, meio gago, que crescia no banco da igreja lendo estórias em quadrinhos.

Os sonhos porém eram muito vivos, de um brilho profundo que refletiam misteriosas ondas de inquietação que se podia sentir à distância. Alegria, confusão, tristeza e compreensão, tudo era possível sentir nas marés daquele olhar solitário.

Vontades introvertidas de voar de cima do pé do Flamboyant para alcançar os espaços que lhe eram negados. Flutuar por sobre os medos, acenando para a própria imagem refletida neles. Ir além do morro da torre de TV para vir a ser, quando crescesse, o moço/menino feliz!

Imagem: Wolney Fernandes

Um comentário:

Anônimo disse...

Wolney, vez ou outra entro em seu blog... Adoro ler seus textos, a sua leveza... Meu querido amigo!!! Cheio de sonhos e que, aos poucos, vão sendo colocados em prática...

Que todas as "querencias" sejam concretizadas a cada dia!

Te adoro, amigo, sempre!