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domingo, 10 de agosto de 2008

Why so Serious?

Por conta dos tempos que a gente não entende, coincidentemente terminei de ler "O Dia do Curinga" de Jostein Gaarder no mesmo período que a figura do Curinga do filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas" ainda está fresquinha na minha cabeça.

Duas concepções de Curinga que se fundem na encruzilhada dos limites. No filme, o personagem encarnado de forma magistral por Heath Ledger, é a representação da anarquia e quer provar que todo mundo tem um limite, já ultrapassado por ele próprio.

No livro de Gaarder, a figura do Curinga surge como aquele que supera os limites impostos pelas engrenagens que movem o mundo. Alguém capaz de se surpreender. "Uma figura diferente de todas as outras (...) Alguém que sempre acreditou ver coisas estranhas, que os olhos dos outros não viam".

Na dedicatória rabiscada na primeira página do livro, presente da minha amiga Jaciara, ela conclui com um P.S. que diz assim:

P.S.: Pois eu sei que você também é um Curinga!

No meu caso, pensei, ir além dos limites é minha facilidade imensa pra digressões... minha propensão a falar em línguas estranhas, que nem eu entendo... e acreditar que posso salvar o mundo. Pelo menos o meu, que nem é tão fechado, apesar daquele mistério. Daquele segredo guardado a sete chaves.

Creio que me torno um Curinga quando sei olhar bem minha sombra e vejo fios que preciso cortar. Quando tomo as rédeas da vida, pego a bicicleta e saio dos limites da estrada para seguir por um "caminhozinho" que eu mesmo vá demarcando. Me torno um Curinga quando sinto o que tenho que sentir, quando faço o que eu quero fazer e, entre erros e acertos, vá entendendo esse grande jogo de paciência que é a vida.

É mais simples do que parece… Why so serious?

Imagem: Detalhe do Cartaz do Filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas"

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