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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Estrada de neóns vermelhos

O vermelho dos faróis se transmutam em neóns que iluminam a noite. Enquanto caminho no compasso sereno do meu coração, minha cabeça revisita as impermanências que me cercam. O universo da minha solidão é permeado de vários funerais reservados. Me enterro e desenterro várias vezes. Sou aquele homem de 34 anos, com a barba por fazer, que desistiu da coerência na esperança de que do caos brote o pânico que resulte na fuga e no prazer de não saber mais onde piso.

Procuro reconhecer minhas fragilidades no reflexo que a chuva fina deixa na calçada. Antes, o único lugar seguro no mundo era aqui dentro de mim. Agora não mais. Sinto-me estrangeiro em minha própria terra. Pareço caminhar numa estrada de neóns vermelhos... pulsantes...

Molho meu AllStar na tentativa de desfazer a poça lameada de medos. Enquanto o tempo passa, um hedonismo toma conta de mim e faz com que eu não queira passar pelas coisas chatas para atingir meu deleite. Não, não quero utopias de felicidade. Desejo felicidades que eu consiga guardar no bolso de minha calça jeans.

Imagem capturada em http://flickr.com/photos/50378195@N00/1060177877

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