Querida Sofia!
Tenho viajado a lugares incomuns. Embarco no balanço da cortina na janela e, por minha conta, sigo entre histórias, imagens, músicas, livros ou filmes. Viajo também com olhos e pés, para entender o que é meu, os rastros que deixei e as cores que vislumbrei.
Passeio também para o futuro na tentativa de me reconciliar com o tempo e a morte. É como celebrar minha existência. Irrecuperável é minha falta de coragem frente ao inevitável: jamais o tempo atrasado das relações, dos conflitos que me rodeiam em seus intercâmbios intermináveis.
Aqui, agora, depois do silêncio instaurado pelas correrias dos cotidianos que eu mesmo desenhei, reforço as linhas que desenharam meu caminho e coloro aquelas que contornaram as incursões do coração. E eu me permito ser errante e passional. Há a dor, mas a paixão é a ponte que atravessa o intervalo entre uma e outra.
Sabe, Sofia, a gente precisa viajar também para lugares desconhecidos. Talvez isso quebre essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Não quero ser professor e nem doutor daquilo que não vi. Quero ser aluno para me encantar com o que vejo de novo... e de novo!
Estou de volta! E isso é só o começo.
Beijos!
Imagem: Wolney Fernandes
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