Up começa com silêncios e realces nas visualidades por elas mesmas. As imagens são apreendidas sem necessidades de diálogos. Um recurso interessante, pois amplia os limites de nossa percepção, gera empatia e nos torna co-autores da narrativa.
Desta vez, os protagonistas da animação são um velho mal-humorado e um menino com traços orientais. Carl Fredricksen é um viúvo de 78 anos que decide se mudar para a América do Sul usando milhares de balões para levar sua casa inteira e realizar um antigo sonho de sua esposa. Porém, todo o drama (que nesse caso é uma comédia) tem início quando ele percebe que Russel, um escoteiro mirim também embarcou acidentalmente na aventura. Juntos, eles vivem aventuras que vão estreitando os laços de uma amizade que, à princípio, soa improvável.
As identificações são imediatas, pois o filme toca em questões e conflitos dos nossos dias dando novos sentidos à velha equação que move nossa existência: Como equilibrar/adequar nossos sonhos à realidade e vice-versa? Na encruzilhada entre a banalização do cotidiano e a necessidade de inventar o inusitado, a narrativa de Up propõe um olhar terno sobre a vida partilhada. Faz lembrar outro filme - "Na Natureza Selvagem" (Into the Wild, 2007) - quando o protagonista depois de provar o amargo da solidão, deixa entalhado na mesa que "A felicidade só é verdadeira quando é compartilhada".
Up – Altas Aventuras é uma bela animação que explora caminhos movediços, reunindo com talento, drama e humor, diversão e reflexão, estabilidade e inconstância... Tudo na medida de nossas aberturas e da possibilidade de perceber e refletir sobre os balões que carregam nossos sonhos.
Imagem capturada em http://jovemnerd.ig.com.br/jovem-nerd-news/cinema/confira-o-primeiro-poster-teaser-de-up/
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