Não sei me perder. Insisto numa ilusória eternidade por pura covardia de compreender melhor, a mim, o tempo, a vida, o outro. Ninguém é capaz de sobreviver sem sofrimentos, pois nossas escolhas são pequenas dores no cotidiano. Eu, displicente, carrego meu próprio campo de impasses.
Como é possível suportar dizer adeus para alguém que você até pouco tempo nem conseguia imaginar viver sem? Não sei. Mas sei que não dá para ficar nesse eterno movimento de atualização de tristezas. Se não há como aprender a silenciar, que surja mais sabedoria para amar e habitar na poesia de Vinícius, misturada aos acordes de Otis Redding: "Que seja eterno [e terno] enquanto dure".
Foto: Wolney Fernandes
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