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domingo, 18 de setembro de 2011

Sobre medos, incertezas e desatinos

Me falta coragem. E sei que se eu parasse menos para indagar meus próprios medos, eu estaria adiante. É que eles, os medos, falam uma língua embolada e me silenciam com um olhar de reprovação. Uma indelicadeza só! Por eles, sou Leão da Montanha porque plantam em mim vontades de saídas estratégicas. Pela direita ou pela esquerda, não importa! E tem mais, meus medos detestam apelidos e ameaçam pulos em cada passo que resolvo empreender.

A incerteza, essa sim, é minha parceira mais fiel. Me inspira desatinos e sussurra baixinho, com a convicção necessária, para eu continuar me movendo vida afora. Ela me beija na boca só pra deixar meus medos roxos de ciúmes. Um charme só!

Imagem capturada aqui.

2 comentários:

Lili disse...

Oi Wolney,
Parece que a encruzilhada ficou para trás :-)
Bons ventos o levem.

Anônimo disse...

AS ALMAS

Teixeira de Pascoaes - poeta português - (1877 / 1952)

"Vejo passar, na infinda solidão,
Vultos de almas, figuras de emoção;
Os poetas do silêncio que não cantam,
Os doidos que, de súbito, se espantam,
Os que gelam, ao ver o luar nascente,
Os que fitam a mesma estrela eternamente;
Os perdidos da sorte,
Os que chamam, gritando, pela morte!
Os que andam, sem saber, pelos caminhos,
Os que de noite vão, sempre a falar sozinhos,
Os que vivem casados com a dor
E a esconde, ciumentos;
Os trágicos do Amor,
Os que sentem astrais deslumbramentos,
Os que matam e cantam por destino:
O salteador nocturno, o poeta que é divino.
Os tristes vagabundos
Em perpétua e fantástica viagem...
Os que amam a paisagem
E têm nos olhos a amplidão dos mundos...
Vultos de almas, figuras de emoção.
Errantes, na infinita solidão".

Acho que este poema diz muito de mim... e diz muito de ti!
Afonso Medeiros