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sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

O Homem Duplicado


"O Homem Duplicado" foi meu primeiro Saramago. A leitura, repleta de altos e baixos, me ensinou a:

a) Nunca ler Saramago em edições de bolso - o autor português não utiliza parágrafos e nem pontuação para marcar diálogos e outras particularidades no texto. Desse modo, as letras pequenas e atochadas, as entrelinhas condensadas em um bloco só dificultam o andamento da leitura que parece durar mais do que deveria.

b) Pensar duas vezes se vale a pena ler o livro depois de ter gostado (e muito) da sua adaptação para o cinema - Eu assisti o filme (incrível) do diretor Denis Villeneuve e adorei! Aliás, foi o longa que me instigou a fazer a leitura, mas confesso que ter gostado demais da versão cinematográfica me fez querer imprimir o mesmo ritmo ao livro. O que é um erro, eu sei, pois são duas linguagens diferentes e blá blá blá... No entanto, passar mais de 30 páginas acompanhando o personagem se decidir se envia ou não envia uma carta é entediante quando, no filme, tudo se resolve com dois clique no Google. O livro é de 2002 e o filme de 2013.

c) Lembrar que depois de um começo instigante e um meio arrastado, pode estar um final incrível.

d) Entender que apesar do ritmo instável da narrativa, Saramago sabe como ninguém utilizar imagens e contextos metafóricos para tratar de questões muito atuais como identidades híbridas, ética e controle social, solidão e a ditadura da felicidade.

e) Não esquecer de colocar a sinopse do livro quando for escrever a respeito do mesmo. Nesse, para quem ainda não sabe, um professor de história descobre que há um duplo dele mesmo vivendo outra vida e resolve investigar

f) Utilizar menos adjetivos no próximo texto.

Foto: Wolney Fernandes

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