Os quadrinhos cresceram junto comigo. Se a leituras dos gibis da Turma da Mônica já não me seduziam, as adaptações de clássicos da literatura me apresentaram escritores consagrados mundialmente e as aventuras de cowboy, em páginas vagabundas, sacudiam meus dias modorrentos. As lembranças mais intensas são de:
1. David Copperfield - Charles Dickens
2. Tarzan - Edgar Rice Burroughs
3. Tex - Vários autores
Os empréstimos foram minha salvação. Como o dinheiro para se gastar com livros era bem pouco ou quase nada, por um grande período da minha juventude eu lia muitos livros emprestados. Da vizinha que trazia romances da cidade grande eu li quase todos as "Sabrinas, Júlias e Biancas" que eu pude. Mesmo sabendo que a estrutura não mudava, eu me divertia lendo as obscenidades contidas em "membros entumecidos" e outras expressões do tipo. Da minha professora de português eu li uma edição adaptada de 4. O Retrato de Dorian Gray e fui arrebatado. Ler Oscar Wilde me fez ver que havia muita coisa para além dos romances de banca.
Quando finalmente tive acesso a uma biblioteca pública, tive vontade de acampar entre aquelas estantes. Todas as sextas-feiras, religiosamente, eu pegava de dois a três livros para ler durante a semana. Foi nesse período que descobri Agatha Christie, Arthur Conan Doyle e atravessei uma variedade de autores nacionais sempre motivado pelas tarefas do ensino médio. Os títulos dessa fase áurea que eu guardei, com mais ênfase na memória foram:
5. Convite para um homicídio - Agatha Christie
6. Um estudo em vermelho - Conan Doyle
7. O Colecionador - John Fowles
8. Helena - Machado de Assis
9. Cinco Minutos - José de Alencar
A esposa de um dos meus tios tinha na casa dela um livro com a Marylin Monroe na capa que enchia meus olhos com um fascínio difícil de explicar. No entanto, meu tio morava em outra cidade e a leitura do livro foi feita aos pouquinhos, nas visitas esporádicas à casa dele. Foi meu primeiro contato com uma biografia e descobrir segredos acerca daquela estrela de cinema me abriu os olhos para um tipo de história pautada na realidade.
10. Marylin - Norman Mailer
Relembrar os fatos em torno da leitura desses livros sempre me comove, me instiga e me faz querer reler todos eles nas edições antigas como se nelas, o tempo estivesse escondido e à espera da minha vontade para se abrir em fendas afetivas.
Foto: Wolney Fernandes
Um comentário:
Que bonito isso, de revisitar os livros. Empréstimos e bibliotecas públicas também me salvaram, quando o acesso cultural era mais difícil. Ainda bem que a geração atual lê cada vez mais, com maior interesse, coisa que, uns dez anos atrás, era "raro".
Tenho esse livro do Mailer, mas em nova edição, cuja capa também me fascinou bastante.
Abraços.
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