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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Melhor de Três

Sexta-feira, dia 18. Meu último dia em Nova York. Nesse tempo limitado seria impossível ver tudo o que esta metrópole oferece, mas decidi que este seria o melhor dos três dias aqui. O grupo que viajou comigo (duas professoras e um colega do mestrado) resolveu fazer um passeio comum. Depois de um rápido café seguimos para o topo do Rockefeller Plaza. Um edifício altíssimo e famoso que oferecia a opção de ver a cidade lá de cima. Uma visão única e múltipla ao mesmo tempo. A neve da noite anterior nem apareceu por conta da chuva que a acompanhou dando lugar ao sol forte e brilhante (alguem lá em cima deve tê-lo consertado).


De cima do prédio pude ver lugares que não iria ter tempo para visitar como a famosa Ponte do Brooklin e a Estátua da Liberdade. Aliás, esta última, de longe me pareceu bem mais atarracada do que minha mente se lembrava dos filmes. Ironicamente algo bem mais apropriado para o conceito que este país possui acerca da liberdade. Depois de simular a famosa foto dos trabalhadores sentados na viga da construção do prédio fomos almoçar num restaurante chinês que tinha arroz (!)

De lá, nos separamos porque cada um tinha a pretensão diferenciada para a tarde e noite. Caminhei um pouco mais, comprei alguns postais e resolvi sentar-me num lugar tranqüilo para escrever. Enquanto escrevia vi uma vitrine de um lugar chamado "Anthropologie" e fiquei hipnotizado pelo modo diferente com a qual tudo naquele espaço era organizado. Entrei e perguntei se poderia fotografar. Não era permitido. Resolvi arriscar. Tirei o flash da máquina fotográfica e, de braços cruzados para esconder a câmera, consegui fazer fotos de todos os detalhes e idéias que me chamaram a atenção: estampas, desenhos, materiais alternativos, arrumações, painéis... Saí de lá me sentindo "o" agente secreto com todas as provas (imagens) que precisava registrar.

Encontrei uma moça brasileira muito simpática numa parada para o lanche que me contou suas peripécias pelo mundo afora. No final da conversa, descobrimos que, coincidentemente, estavamos hospedados no mesmo albergue. Eita mundo pequeno!

Já passava das 17h quando resolvi que queria ver um espetáculo na Broadway. Corri até lá para ver se daria tempo de comprar o ingresso para o mesmo dia. Escolhi ver "O Rei Leão". Em parte porque adorei a roupagem africana que as canções e o design do filme ganharam nos palcos. Com ingresso na mão, corri ate o albergue, tomei um banho e voltei para o teatro. Foi incrível. Valeu cada dólar. O coro africano, os bonecos, as máscaras e a atuação acenderam meu desejo de aproveitar mais a noite.



Depois do show fui direto para um bar/lanchonete muito transado onde a decoração era feita com souvenirs de filmes famosos: A máscara do Darth Veider, o colete usado por Mathew Broderick em "Curtindo a vida adoidado", a luva que Marilyn Monroe usou em "Os homens preferem as louras", enfim, um paraíso para um cinéfilo como eu. Tomei duas margaritas e fiquei observando as pessoas ao meu redor. Gosto de fazer isso imaginando uma vida para cada uma delas.

A promessa havia sido cumprida. O dia tinha sido maravilhoso. Resolvi voltar ao hotel de táxi pois já estava bem tarde. Desta vez, sentado no bando de trás, tinha consciência de tudo que me cercava e de tudo que me esperava na volta para o Brasil. Apesar de todo o corre-corre e diversão, me bateu uma saudade boa. Vontade de partilhar as novas imagens e descobertas com todas as pessoas importantes pra mim.

Amanhã parto para Ohio bem cedo. Arrumo minhas malas. Não consigo dormir direito. Sou só expectativa.

23 de Janeiro de 2008
Imagens: Wolney Fernandes

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