"A rodoviária do Tietê é uma cidade de coisas perdidas. [...] é uma cidade de pessoas que andam com um monte de fiapo preso aos pés, de gente que derruba café no chão e joga o papel higiênico fora do lixo. De moças que exigem cartões telefônicos e praguejam do alto de seus óculos escuros. [...] A rodoviária do Tietê é uma cidade de chicletes abandonados, de pessoas com pressa e de coisas perdidas."
Para Vanessa Barbara, a rodoviária do Tietê é um mundo polifônico. Pela escrita precisa, com toques de um humor prosaico, a jornalista vai trançado uma rede de histórias acerca do terminal. Ao apresentar as personagens anônimas e protagonistas das narrativas que ela recolheu, vai dando-nos instrumentos para adentrar na beleza das chegadas e das partidas; das esperas e dos encontros; das complexidades e das simplicidades da nossa humanidade.
Tudo isso embalado por um projeto gráfico inovador que usa elementos decalcados do universo dos terminais e das passagens antigas. Um bom exemplo de como um trabalho de conclusão de curso (de jornalismo, nesse caso) pode explorar universos que vão além do rigor acadêmico sem perder o foco do seu conteúdo.
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Livro: O livro amarelo do terminal
Autora: Vanessa Barbara
Editora: CosacNaify
Imagem: Capa do livro
Um comentário:
cartógrafo de polifonias, esse menino...
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