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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Ensaio sensual da boneca Badia

Fotos: Wolney Fernandes.
Texto e produção: Rosi Martins

Na penumbra, a timidez sedutora...

Em um gestual rompante de dança contemporânea, Badia esquece os problemas do nervo ciático e mostra que fazer arte é percepção, intuição e emoção. Sua partitura de ação física é perfeita.

Esse corpo, adepto da yoga e da RPG, até desconcerta a gente. Ginga, samba, brasilidade, fouveirice, malemolência!

Com languidez, Badia escorre e esbalda volúpias e seduções. Ela tinha medo das fotos ficarem apelativas, mas [para o nosso deleite] o fotógrafo experiente usou de psicologia e convenceu esta beldade a posar.

Corpicho só na base do pilates, do método Feldenkrais, da acupuntura (ela já foi almofada de alfinetes no ateliê de figurinos), t'ai chi chuan...

Momento, talvez, de reflexão. Olhar perdido, olhar "pro antonte", desanuviada... mas sem perder o contato com a corporeidade, a presença cênica, o tônus muscular. Seus ídolos? Laban, Delsarte, Alexander, Reich, Martha Graham, Pina Bausch e Ana Maria Braga.

Um comentário:

Odailso Berté disse...

Com a cotidianidade cênica de Pina, as coloridas dores de Frida e a frugalidade cômica de Dona Edith Maria Manoelina Tarabetina Capitulina de Jesus Amor Divino, Badia tocou-me os olhos em forma de imagem. Misturando acanhamento com displicência e ingenuidade interiorana com gabolice urbana, ela fez exposição de sua figura na minha medina imaginária. Linda, diva, dona de casa, faxineira, atriz, parteira, musa, burlesca, bonequinha de luxo, cantora de cabaré e madre superiora de convento... Roga por nós Ave MarIansã, míseros artistas que se encantam e se deixam levar por suas poses, ângulos, gestos e cores.