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quarta-feira, 10 de abril de 2013

As tais explicações


Por que não ignorar algumas minúcias desnecessárias da vida? Por que não se contentar com o presente? Por que a insistente vontade de explicar todas as coisas, biblicamente, cientificamente, geograficamente...?

Sempre as tais explicações.

Talvez seja preciso beijar o acaso, sentir as flutuações do humor, olhar com carinho para os caminhos [estranhos?] que começamos a percorrer sem razão lógica ou aparente.

Por que não esquecer as forças gravitacionais que nos atam firmemente ao chão, que acabam por nos impedir de olhar, um pouquinho que seja, para além do precipício? Por que não contrariar, pelo tempo necessário, os próprios totalitarismos?

Depois, eu sempre levei a vida a sério demais. É hora de lembrar o que realmente importa: que nem sairei vivo dela mesmo.

Foto: Wolney Fernandes

Um comentário:

Afonso Medeiros disse...

"Contrariar os próprios totalitarismos"... Tocaste na mais bizarra das manias humanas: não confiar numa democracia auto-aplicavel, isto é, não dar voz nem voto aos diversos eus...