
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
Memórias guardadas

"Capturar a Vida"

Talvez essa curiosidade explique, em parte, minha predileção por livros de cartas e diários. Esse tipo de produção literária me comove e intriga tanto que outro dia que perguntei: Por que me afetam dessa forma? As respostas seriam variadas, abundantes e contraditórias entre si, mas o fato é que isso acontece.
Escritora compulsiva, Sylvia Plath jogava em seus cadernos todos os detalhes, pensamentos, considerações e ações pelas quais passava, desde os 13 anos até dias antes de morrer. De maneira enfática ela escreveu: “É impossível ‘capturar a vida’ se a gente não mantém diários.”
É possível dizer que nestas páginas estão contidas as chaves para se entender o desenvolvimento da vida? Talvez não. O que acontece é que quanto mais páginas escritas, quantos mais detalhes acumulados, quanto mais pensamentos assimilados, mais as incógnitas aumentam em ritmo, tamanho, profundidade e espacialidade possíveis em relação diretamente proporcional.
Me pergunto também se estes autores de cartas e diários - assim como eu, neste blog - não optaram por registrar em seus diários apenas as melhores partes daquilo que foram. Me parece certo que o indíviduo ao menos suspeitasse que seu diário seria lido por outras pessoas depois de sua morte.
O que deixar escrito sobre si para um provável leitor indefinido/aleatório do futuro? A minha resposta pode ser encontrada aqui, nestes instantes possíveis.
Desenhos ao telefone
Vontades Introvertidas

Aquele que se escondia na alegria dos desenhos riscados em troca de amizades de recreio. O garoto desengonçado, meio gago, que crescia no banco da igreja lendo estórias em quadrinhos.
Os sonhos porém eram muito vivos, de um brilho profundo que refletiam misteriosas ondas de inquietação que se podia sentir à distância. Alegria, confusão, tristeza e compreensão, tudo era possível sentir nas marés daquele olhar solitário.
Vontades introvertidas de voar de cima do pé do Flamboyant para alcançar os espaços que lhe eram negados. Flutuar por sobre os medos, acenando para a própria imagem refletida neles. Ir além do morro da torre de TV para vir a ser, quando crescesse, o moço/menino feliz!
Imagem: Wolney Fernandes
Instantes Anteriores

b) Sentir nas conversas sinceras os solavancos da vida lutando para não se esvair;
c) Correr entre bocas abertas e desesperadas, enchendo as mãos com esperanças mais pequenas para devolvê-las ao lugar onde sabia que deveriam estar;
d) Reconhecer que, embora desencontrada e redimensionada, a paixão permanecia, certa e imensa.
Foto: Wolney Fernandes
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Querência

Foto: Wolney Fernandes
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Infinitas Graças

"São Judas Tadeu, venho te dar graças por livrar-me de uma situação difícil e poder me esconder a tempo para que meu compadre não me encontrasse com sua mulher em sua cama. Te ofereço isto porque ele nunca se deu conta que é um corno. Juro que nunca mais vou voltar a fazer isto. Perdoa-me, mas o corpo é do demônio. G.R. Tacubaya, México D.F. 28 de Maio de 1989."
Imagem retirada do livro "Infinitas Gracias" de Alfredo Vilchis Roque
sábado, 23 de agosto de 2008
Tudo sobre minha mãe

Tudo sobre minha mãe (Todo sobre mi madre, Espanha, 1999)
Grande questão:
A paternidade pode virar maternidade?
Detalhes preciosos:
1. Os padrões, desenhos e arabescos dos papéis de parede e azulejos dos cenários;
2. As referências do filme "A Malvada" com Bette Davis;
3. O texto encenado no palco pela personagem Huma Hojo (Marisa Paredes) no final do filme.
Frase:
"Ficamos mais autênticos quanto mais nos parecemos com o que sonhamos"
Música:
Tajabone - Ismael Lo
Cena que adoro:
O monólogo de Agrado. Clique aqui para ver.
sexta-feira, 22 de agosto de 2008
Menino levado ou velado menino?
Parque dos Desejos

Desejei que as madrugadas, com sereno e neblina, desenhassem sobre as colinas sinais de otimismo.
Desejei que cada cascata cantasse seu próprio sentido em cada ouvido.
Desejei que os pássaros fizessem sinfonia no espaço, que o beijo e o abraço sempre provocassem arrepios e formigamentos.
Desejei todas as cores e o laranja das alegrias internas, surgindo sob a poeira, avançando sobre o capim seco.
Desejei sonhos e poesias escritas, dança e letras de cantos...
Desejei surpreender, causar espanto naqueles que me duvidam.
Desejei que todo dia, nasça com a claridade tênue da manhã, uma imensa gargalhada contando cada segredo.
Imagem: Wolney Fernandes
Retrato de Frida Kahlo
Obra Contemporânea
Sinal de Vida

repetidamente te escrevo para dizer que o pequeno corte no coração, provocado pela partida de antes, cicatrizou. Coração cicatrizado, contato praticamente cortado e de novo, a intensidade contida nos instantes possíveis. Você sabe que sempre tive vocação para o sonho acordado... mesmo em tempos assim. Não é bem isso que quero dizer nesse bilhete com jeito de carta, mas fico sempre tentado a repetir.
Sabia que depois que os caminhos foram reabertos, pensei em visitar você? Mas tive medo de encontrar a porta trancada e uma coroa de flores anunciando notícias tristes, já que você não me responde mais.
Talvez essa não-resposta seja um pacto silencioso para não mais falarmos de coisas tristes, acertei? Olha... eu até emagreci. Não o suficiente, ainda! Pois é... alguns dizem que foi o mestrado. Eu prefiro pensar que foi força de vontade mesmo. Sempre desejei um corpo mais esguio, onde as roupas não se sentissem intrusas, mas parte harmoniosa do conjunto. E você precisa ver. Tenho caminhado sempre que posso. Voltas pelo bosque, músicas cantaroladas e borrifos de água no rosto.
Ontem fui ao cinema. Lembrei de você, embora o filme tenha me parecido açucarado, com gosto de propaganda norte-americana. Tempos estranhos esses. Querem nos fazer acreditar num mundo novo, mas esse fim de década me cheira azedo, nauseabundo. Sabe aquela sensação de perda de tempo? Pois é... saí do cinema assim. A outra novidade é que agora tenho tido vontade de dançar. É bom ouvir música e tirar o pé do chão.
Dê sinal de vida!
Beijos detetives!
Wolney
PS. 1: Já parou pra pensar que nem tudo nessa vida fica tão bem explicado quanto deveria?
PS. 2: O Rafael mandou um abraço para você da última vez que nos falamos pelo MSN. Fiquei curioso: de onde você o conhece?
Imagens do Mundo

A - Panamá (presente da Carmem)
B - Venezuela (presente do Rezende)
C - África (presente da Vanildes)
D - França (presente do Edilson)
E - Itália (presente do Frei Dorcílio)
F - Estados Unidos (presente da Leda)
G - Chile (presente da Gardene)
H - Austrália (presente do Fernando)
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Escrever com Imagens

Desenhei.
A professora não considerou a imagem, me deu metade da nota e acabou por "Escrever uma planta completa".
Quando será que as pessoas vão perder o medo de navegar nas imagens sem precisar de textos tradicionais para orientá-las?
Será que agora, no Mestrado em Cultura Visual, vão me deixar raciocinar com imagens?
Imagem: Wolney Fernandes
Vontades

Fico aqui, diante do monitor, imaginando como seria ter beijo-de-boa-noite e carícia-da-manhã-cedinho... e talvez assim eu sinta em plenitude uma espécie de presença na ausência. A memória da pele que atravessa os tecidos e corre no sangue, mistura de lucidez com insensatez (dois lados da mesma moeda).
Talvez isso nunca devesse aparecer escrito nesse blog, mas é para registrar, de modo claro e singelo (como o teu olhar no meu), uma vontade de tudo.
Foto: Wolney Fernandes
Colecionadora de Palavras

Sem informação a respeito da biografia dos antigos moradores, esboçava personagens de acordo com o estado do banheiro, do piso, da cozinha... o apartamento da moça que colecionava palavras era triste. Perguntou ao corretor se ela havia morrido. Ele não sabia, ou disfarçou muito bem.
Tentou formar frases com os tais rabiscos. Não foi possível.
Pedra,
sonho,
borboleta,
chuva,
lástima,
lágrima,
meiguice,
triste,
espelho,
e aí seguiam em linhas tortas e com a mesma letra trêmula, sofrida.
Passou o resto da tarde pensando na tal colecionadora. Solitária deveria ser, num prédio decadente, de esquina, no centro. Lembrou do que o melhor amigo disse: "será que escolhemos nossa vida ou nossa vida nos escolhe?"
E mais adiante completou o pensamento: "Não faça de sua nova casa uma casca. Não se enterre lá, como costuma fazer quando quer evitar os encontros..."
Ficou com medo de terminar sozinho ou acabar colecionando fragmentos de coisas acontecidas por receio de apagá-las da memória. Guardar para lembrar que viveu... acumular estímulos para fazer sentido.
Imagem: Wolney Fernandes
Ato V, cena II
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Sete Baladas

02. Si tu no vuelves - Shakira e Miguel Bosé
03. Paradise (not for me) - Madonna
04. O seu amor - Mara Maravilha
05. Across the Universe - Rufus Wainwright
06. Frisson - Roupa Nova
07. Só Você - Fábio Jr.
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/index.php
domingo, 17 de agosto de 2008
Moral da História

01h28 da madrugada. Estou no meio do caos instaurado por mim em meu quarto: tênis debaixo do guarda-roupa, caixa de fotos perto da porta (sem nenhuma foto dentro porque estão todas espalhadas pela mesa e adjacências), fio dental em cima da mesa do computador, "cadeira-cabide" com uma pilha de roupas usadas penduradas, papéis cortados pela cama, pincéis no banheiro, livros aos montes pelo chão, lixeira transbordando, gavetas que insistem em não fechar em função do entupimento provocado pelas “tralhas” que as preenchem. Enfim, uma zona intransitável.
Pra completar a cena estou eu saboreando uma deliciosa nectarina (fruto da mistura de pêssego com ameixa vermelha) com meu coração sereno. O som toca Lizz Wright e embala essa minha indolência típica dos tempos de calmaria. Pensei em organizar esse caos, mas desisti ao adentrar na bagunça. Ela não me atinge como antes, pelo contrário... relaxa.
Decido aproveitar esse momento incomum. Passo o pé jogando toda a papelada que está sobre minha cama no chão e, sem tirar a colcha, deito de roupa e tudo. Entendo que dentro de mim tudo está paradoxalmente assentado. Hoje, pelo menos, o caos é apenas externo. Ele não me contagia.
Fecho os olhos e faço a pergunta mentalmente: como estou? Feliz, eu diria!
Levanto de supetão, troco o CD e junto com a Zélia Duncan começo a cantarolar: “...e então a moral da história vai estar sempre na glória de fazermos o que nos satisfaz...”
Imagem: Wolney Fernandes
O que é a Vida?*

Pisca e mama;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim pisca pela última vez e morre.
- E depois que morre? - perguntou o Visconde.
- Depois que morre, vira hipótese. É ou não é?
Monteiro Lobato
(*) Diálogo entre Emília e Visconde de Sabugosa xerocado do blog do Cláudio.
Imagem capturada em http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0182b.htm
sábado, 16 de agosto de 2008
Nuances de um coração sem medos

A aura que envolve meu coração deixa de ter o brilho fosco das jabuticabas para dar lugar a ardência silenciosa dos olhos de tamarindo. E assim ele pulsa, sem hachuras ou ranhuras, entre belezas reveladas pelos sons de músicas retiradas de um antigo baú e imagens de tantos filmes. Livre dos rabiscos que vez-em-quando fazem nublar minhas vontades.
A vida é assim: bela em suas nuances. Cheia de contrastes e variáveis que vão preenchendo nossa existência com um colorido especial, que nem desenho feito com a espontaneidade e a fluidez das tintas. Tristezas pelas partidas vão se alinhando às alegrias pelas chegadas; o novo que enche de surpresa o nosso cotidiano, às vezes tão assoberbado de idas e vindas. Um ciclo eterno de possibilidades.
Em meu coração, consigo "enxergar" o aroma delicioso dos sinais que ajudam a jogar meus medos pela janela do décimo andar. Sinais simples como o calor de um dia ensolarado cuja luz vai preenchendo devagarinho todas as frestas escuras. Que vai arrumando tudo. No seu tempo. Do jeito certo! Sinais que fazem viajar... aqui mesmo, sem sair do lugar e, ao mesmo tempo, completamente fora de órbita.
Imagem: Coração e rabiscos de Wolney Fernandes sobre obra de Pollock
Mundo Possível

O mundo que eu desejo pode ser tocado.
Ele existe.
É real...
e possível!
Imagem: Wolney Fernandes
Mais ou Menos?

- É agora, neste instante, que eu devo decidir pra onde ir? Que eu devo acontecer? Eu sou feliz? E amanhã?
Nessa inquietude eu tento responder isso tudo de uma tacada só:
- Não quero riqueza, glória ou sabedoria máxima. Nunca me atraiu. Quero rir e, de certa forma, ter com que pagar. Quero desenhar. Não pretendo uma autobiografia e nem mesmo minhas memórias póstumas. Vida despretensiosa, sim. Um leve sorriso, uma certeza serena do mais simples. O conhecimento do elementar. Existem pessoas que enxergam a felicidade como um fim, e não como um meio – o mais importante. Há também aquelas que são felizes hoje, e se arrependem por um amanhã tão mal planejado, tão errado. Eu sigo um meio termo de dar dó, mais ou menos feliz aqui para ser mais ou menos feliz ali. Hoje e amanhã...
Foto: Wolney Fernandes
Evita

Evita (Evita, EUA, 1996)
Grande questão:
Quando se chega ao topo, o que permanece e o que se deixa para trás?
Detalhes preciosos:
1. O embate entre Evita e sua consciência, personificada no filme por Antônio Banderas, o Che;
2. As cenas de dança;
3. As músicas que se repetem em contextos diferenciados.
Frase:
"Então escolhi a liberdade."
Música:
Another Suitcase In Another Hall - Madonna
Cena que adoro:
"Don't Cry for me Argentina" entoada na sacada da Casa Rosada. Clique aqui para ver.
O Olhar

Rubem Alves
Imagem: Wolney Fernandes
Geografias Íntimas
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Certificações Escritas

Tá tudo meio atrasado do lado de cá. O blog saiu do ar, as atividades do mestrado recomeçaram e eu tentando achar uma fresta na persiana que mostre nesgas do sol vermelho de agosto. Acho que você não entende nada do que escrevo aqui, não é mesmo? Mas tudo o que escrevo aqui tem a ver com a minha história. Por isso vou repetir com calma: Os últimos dias foram marcados por "suspensões", pelos encontros com anjos e também pelos momentos de profundo silêncio, nem sempre percebidos.
Eu? Continuo aqui, acreditando em possíveis promessas de felicidade. Ontem mesmo escrevi isso naquele caderno gasto que você conhece tão bem. Sempre escrevo o que não digo. Na verdade, sou muito melhor escrevendo que falando. Talvez tenha a ver com as bobagens refletidas nas palavras. Pois é... escrevo também para certificar-me que não haja mais tempestades no meio da tarde, cinzas e outros tons dessa não-cor pontuando minha paisagem interna. Um desvão. No mais, tudo aqui cheira a novo. Espero que você me responda ou que, pelo menos, leia essa carta. A resposta vai surgir em pensamento, assim, como deve ser.
Um afago!
Wolney
P.S.: O mistério das coisas reside em compartilhar. Até segredo, para que assim seja, precisa do ocultamento visível, ou não existe. Portanto, abrindo as gavetas de intimidades guardadas, me deparei com uma novinha em folha para te mostrar. Mas só o farei quando a dança começar. É isso!
Imagem: Wolney Fernandes
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Desejos Desenhados
O Dia do Curinga

1. "Deus está lá no céu e ri das pessoas que não acreditam nele."
2. "Sim, eu pareço ser o corpo do mundo."
3. "Existem cerca de cinco bilhões de pessoas neste planeta. Mas a gente acaba de apaixonando por uma pessoa determinada e não quer trocá-la por nenhuma outra."
4. "Quando a gente entende que não entende alguma coisa é que a gente está prestes a entender tudo."
5. "Quem quer entender o destino, tem de sobreviver a ele."
6. "Na Terra, a vida pulsa de forma desordenada, até que um belo dia nós somos modelados... com o mesmo e frágil material de nossos antepassados. O sopro do tempo nos perpassa, nos carrega e se incorpora a nós."
7. "Enquanto somos crianças, ainda possuímos a capacidade de experimentar intensamente o mundo à nossa volta. Com o passar do tempo, porém acabamos por nos acostumar com o mundo. Ser criança e se tornar adulto é como embebedar-se de sensações, de experiências sensoriais."
8. "Se no meio de todas as pessoas houver apenas uma que se surpreenda com a vida a cada instante e tenha a sensação, toda vez que isso acontece, de estar diante de algo fabuloso e enigmático... se apenas uma delas experimentar a vida como uma aventura fantástica... e se ele ou ela experimentar essa sensação todos os dias... ele ou ela será um curinga no baralho."
9. "Nem tudo o tempo reduz a pó. Sempre há um curinga no baralho, que atravessa os séculos fazendo seus malabarismos sem perder um dente de leite sequer."
Imagem capturada em http://www.mythinglinks.org/ct~tricksters.html
domingo, 10 de agosto de 2008
Why so Serious?

Duas concepções de Curinga que se fundem na encruzilhada dos limites. No filme, o personagem encarnado de forma magistral por Heath Ledger, é a representação da anarquia e quer provar que todo mundo tem um limite, já ultrapassado por ele próprio.
No livro de Gaarder, a figura do Curinga surge como aquele que supera os limites impostos pelas engrenagens que movem o mundo. Alguém capaz de se surpreender. "Uma figura diferente de todas as outras (...) Alguém que sempre acreditou ver coisas estranhas, que os olhos dos outros não viam".
Na dedicatória rabiscada na primeira página do livro, presente da minha amiga Jaciara, ela conclui com um P.S. que diz assim:
P.S.: Pois eu sei que você também é um Curinga!
No meu caso, pensei, ir além dos limites é minha facilidade imensa pra digressões... minha propensão a falar em línguas estranhas, que nem eu entendo... e acreditar que posso salvar o mundo. Pelo menos o meu, que nem é tão fechado, apesar daquele mistério. Daquele segredo guardado a sete chaves.
Creio que me torno um Curinga quando sei olhar bem minha sombra e vejo fios que preciso cortar. Quando tomo as rédeas da vida, pego a bicicleta e saio dos limites da estrada para seguir por um "caminhozinho" que eu mesmo vá demarcando. Me torno um Curinga quando sinto o que tenho que sentir, quando faço o que eu quero fazer e, entre erros e acertos, vá entendendo esse grande jogo de paciência que é a vida.
É mais simples do que parece… Why so serious?
Imagem: Detalhe do Cartaz do Filme "Batman - O Cavaleiro das Trevas"
Na Terra do Sempre

Bom de arrumar tudo de novo foi descobrir também novas possibilidades, como por exemplo, o espaço para inserir a enquete iniciada em Lagolândia. Agora todo mundo pode votar em algumas das "Doces Questões". É só clicar em umas das opções no lado direito do blog.
Tou animado como nunca estive antes! Gosto desta aventura de fazer o meu mundo particular tocar outros mundos espalhados por aí. E vamos que vamos!
Imagem: Wolney Fernandes
sábado, 9 de agosto de 2008
Organizações Musicais

01. Sailed On - Landon Pigg
02. Paisagem da Janela - Flávio Venturini
03. The Heart of The Matter - Renato Russo
04. Lay All Your Love On Me - Abba
05. Até o fim - Engenheiros do Hawaí
06. La cienega just smiled - Ryan Adams
07. Ruas de Outono - Ana Carolina
08. Alone - Celine Dion
09. Moço Bonito - Carla Adduci
10. High and Low - Greg Laswell
25 de Julho de 2008
Imagem capturada em http://www.tapedeck.org/index.php
Bendita Carta

Entre tantos questionamentos que eu me faço, achei que seria uma boa hora pra esclarecê-los. Então lá estava eu, pronto para ter uma conversa de criatura para criador. Imediatamente peguei lápis e papel – nada de computador desta vez (com Ele tudo tem que soar da forma mais natural possível) – e comecei a escrever (com perdão do trocadilho) a bendita cartinha, a primeira para um destinatário tão influente.
Exercitando o lado b de uma descrença crônica e fazendo uso de minha letra rebuscada, em poucas palavras expliquei tudo o que eu amava e tudo o que eu odiava em sua criação. Entre reclamações e elogios, preferi deixar as grandes questões existenciais de lado. Não iria aborrecê-lo com isso (Ele nunca responderia mesmo). No lugar do trivial, agradeci por eu ser quem eu sou, por gostar de desenhar, mas reclamei por não tê-lo conhecido melhor antes. Quis saber se algum dia eu chegarei a tocar algum instrumento (violão não vale!). Perguntei também porque os meus temores são como são e se as pessoas que representam o/s meu/s objetos de desejos se empolgariam se eu lhes escrevesse uma carta também. Em uma pequena observação mandei um forte abraço ao seu Filho mais ilustre e, por fim, ainda sobrou tempo para uma última pergunta: “O Demônio existe?”.
Dobrei o papel cuidadosamente e guardei-o dentro do envelope onde escrevi “Para Deus – Endereço: Céu”. Achei que isso bastaria. Quanto ao remetente, preferi deixar em branco, afinal ele é onisciente. A única dúvida era como eu faria para que a carta chegasse até sua caixa postal. Não queria passar por ridículo entrando em uma agência de correios e, mesmo que fosse possível, sairia muito dispendioso. Imagine quantos selos seriam necessários para que a carta fosse entregue em seu destino?
Foi aí eu tive uma idéia. Achei por bem queimar a carta. É claro que todas as letras se transformariam em fumaça e chegariam até Ele. E assim foi feito. Queimei-a ao ar livre e a fumaça subiu calmamente em direção do céu (como uma oferta de incenso). A carta queimou por completo não restou nem mesmo uma cinzinha básica. Tudo virou fumaça, dissipando-se pro alto.Duvido que Deus não tenha recebido minha carta. Agora eu continuo por aqui, a espera de uma resposta.
25 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
Dinâmica da Vida

Do filme "O Sonho de Cassandra" de Woody Allen.
Imagem capturada em http://atequeemfimachou.blogspot.com/2008/03/o-sonho-de-cassandra-2008.html
Doces Questões

- Para viver um grande amor é preciso:
( ) Frio na barriga
( ) Segurança e estabilidade
( ) Ensinar o/a outro/a a pescar
- Liberdade é:
( ) Procurar alguém
( ) Esperar ser encontrado
( ) Fazer simpatia em torno da Gameleira para arranjar casamento
- Privacidade nos dias de hoje é:
( ) Bloquear suas fotos e recados no Orkut
( ) Não colocar nada no Orkut que não possa ser visto ou lido
( ) Não ter Orkut oficial (só um falso)
- O refrão da música "Quem vai dizer tchau" do Nando Reis:
( ) Fala em tornar o amor real no encontro
( ) Fala em tornar o amor real na despedida
( ) O que o Nando Reis escreve não tem a mínima importância
- Aproveitar a festa é:
( ) Dançar música-raiz ao vivo, de graça e ao ar livre
( ) Dançar música eletrônica, pagar por isso e se acabar no salão
( ) Flertar na praça sem querer dançar nem lá e nem cá
- Que fila enfrentar primeiro?
( ) Do almoço ("Num gosto de Doce!")
( ) Dos doces
( ) Do banheiro
24 de Julho de 2008
Esboços

Agora em mim, as palavras ausentes vestem-se de imagens freqüentes. Vamos ver no que este esboço vai se transformar.
23 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
Minhas Mentiras

Decididamente meu cacoete é a autodestruição pela resignação. Sou um fraco. Estou cansado de transpirar positivismo e perseverança enquando corre em minhas veias a tristeza, o medo, a raiva... E isso não pode ser bom. Não em momentos como esse.
Meus pensamentos andam muito rebeldes e avançados para o ritmo e condição quase convencional que venho tentando sustentar. "Tentando" é ótimo e péssimo. Mas é assim mesmo que me sinto: pensando e escrevendo coisas que jamais faria, dizendo coisas que jamais diria. Ando incontrolável! Mas em uma proporção decepcionante. É uma ansiedade tão angustiante que mal tenho conseguido dormir... Preciso encontrar o meu equilíbrio, apesar de estar gostando um pouco dessa fase “out of track”.
Enquanto isso, continuo aqui com minhas mentiras. Sim, todas as noites, antes de cair no sono, minto pra mim mesmo, na esperança louca de que, quando amanhecer, seja tudo verdade.
23 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
Engenharias e Trapaças
Mulher-Maravilha
Rima de Primeira Comunhão
Subject: saudade

----- Original Message -----From: "sabrina oliveira" <sabil@hotmail.com>To: <wfo@terra.com.br>Sent: Tuesday, March 07, 2006 2:02 PMSubject: saudade>saudade> saudade de você> do seu jeito de menino> do seu olhar sem amor> do seu sorriso amigo> do seu beijo sem ardor> saudade de você> de sua pressa constante> de sua ira repentina> da sua fossa coberta> da sua magia dominante> saudade de você> de sua indiferença> do seu individualismo> da sua presença incostante> do seu realismo> da sua hora marcada> dos seus sonhos brilhantes> saudades de você> do seu abraço apertado> do seu corpo contra o meu> de um momento só nosso> do menino escondido atraz do escudo> de tudo que é você...> > > saudade
sabrina>abraço forte
14 de Julho de 2008
Imagem: Wolney Fernandes
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