Repito: [Dói ter que sobreviver primeiro para só então, viver.]Foto: Wolney Fernandes
Pra começar o que já teve início há muito tempo:
Meu olhar no espelho não reconhecia meus próprios traços. Quem era aquele estranho de olhos grandes, queixo retraído e cabelo desgrenhado que me encarava com pontos de interrogação sem medidas? Foi ali, diante da penteadeira da minha mãe que minha infância escorreu entre os reflexos de uma adolescência que se iniciava sem minha permissão.
Para questionar quem faz design do “jeito certo”, discutir verdades absolutas, discordar dos discursos instaurados e colocar nossas experiências pessoais e nossa história de vida no design que fazemos. Morte aos Papagaios!
01. Here comes the rain again - Eurythmics
Na mesa ao lado do computador estava o livro do Calvin & Haroldo que a Núbia me deu de presente de aniversário. Nas pontas dos dedos aquela vontade de escrever e mostrar que "eu ando pelo mundo prestando atenção em cores". Era junho de 2007. Dia 17.
Visão, audição, tato, paladar, olfato e... memória. São seis os sentidos que marcaram minha relação com a narrativa do filme "Uma vida iluminada" (Everything is Illuminated, EUA, 2005). A história fala do tempo, que não cristaliza os acontecimentos, mas os reconstrói pelo perfume das lembranças. Marcas que aprofundam relações mais do que individuais, pois reforçam vínculos identitários espelhados nos objetos e nas histórias que precisam ser contadas.
E DEUS VIU QUE TUDO ERA BOM
Composto por Wolney Fernandes e Odailso Berté
Exposição Coletiva de Desenho
Sem sutilezas, o mês de junho me acorda dos silêncios. Reviro minhas fragilidades buscando desmanchar minha vida inventada e me espanto com tantas fachadas a ruir.